Nunca estaremos sós

28-07-2010 23:00

Uma das mais belas declarações da Bíblia foi proferida em um dos momentos de maior tensão da História.

Nos capítulos 14 a 17 do Evangelho de João, encontramos Jesus se despedindo dos Seus discípulos. Ele estava prestes a experimentar a cruz. Por isso, a conversa que teve com eles foi carregada de emoção. Ela revela a tensão daquele momento.

No capítulo 14, encontramos os discípulos sentindo-se órfãos e inseguros por antecipação. Jesus, então, conforta-os, afirmando que o Espírito Santo, o Consolador, estaria com eles permanentemente. Além disso, os discípulos veriam Jesus novamente (Jo 14.16-18).

No capítulo 15, o Mestre continua reanimando-os e lembra do seu propósito de estar ligado eternamente a eles, quando fala que Ele é a videira e eles, os ramos. No capítulo 16, volta a falar do Consolador. Porém, já no final do capítulo 16, Jesus revela que Seus discípulos O abandonariam na Sua trajetória até a cruz. Ele afirma claramente que aquele seria um caminho que trilharia em completo abandono. “Eis que vem a hora, e já é chegada, em que sereis dispersos, cada um para sua casa, e me deixareis só...”, Jo 16.32a.

Como é terrível enfrentar a tragédia completamente sozinho! Mas, pensando bem, quem disse que Jesus estava totalmente sozinho? Ele poderia estar no sentido físico, mas não no espiritual. O Pai estava com Ele! Foi o Mestre mesmo quem declarou isso, logo depois de dizer que os discípulos o deixariam só.

Foi em um clima de abandono e saudade que Jesus proferiu uma das mais belas declarações da Bíblia. Uma declaração de esperança: “...me deixareis só; contudo não estou só, porque o Pai está comigo”, Jo 16.32b.

Que afirmação inspiradora! Momentos antes de ser abandonado e acometido pelo terrível suplício que culminaria na Sua sangrenta morte na cruz, Jesus diz que estava firme diante da profunda dor e das injustiças que enfrentaria por que sabia que o Pai estava com Ele. A presença do Pai encorajou-o até o Gólgota e deu-lhe forças para prosseguir. Foi no Pai que buscou forças no Getsêmani, quando verteu sangue pelos Seus poros (Lc 22.41-44). Mesmo em meio à dor intensa que o fez clamar “Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?”, Ele sabia que o Pai estava com Ele, pois, ao expirar, foi ao Pai que entregou Seu espírito na hora da morte, citando Salmos 31.5, uma oração que era ensinada bem cedo às crianças judias daquela época (Lc 23.46). Ele sabia que o Pai estava ali.

 

Jesus é o nosso padrão, o modelo a ser seguido, nosso manequim e alvo. Logo, da mesma forma que Ele, como Deus encarnado, em meio à mais intensa adversidade, pôde vencer, é possível também vencermos. Mas isso só se concretiza na vida de quem, como Ele, pode afirmar com certeza: “Contudo, não estou só, porque o Pai está comigo”.

Com Jesus aprendemos que se Deus está conosco, podemos ser até esbofeteados, injustiçados, crucificados, mortos e enterrados. Tudo isso valerá a pena, se o Pai está conosco. Se Ele não está, o “fim” é o fim. Mas, se Ele está, o capítulo final da nossa história será outro. Com Ele, depois da tumba sempre vem a ressurreição, e com ela a glorificação.

Em outras palavras: Se Deus está conosco, pode tudo estar dando errado, mas no fim vai dar tudo certo, em nome de Jesus de Nazaré!

Na vida, todos sofremos. Uns mais, outros menos, mas todos sofremos. E Ele não escondeu isso a Seus discípulos: “No mundo tereis aflições...”, Jo 16.33. Porém, se Deus está conosco, podemos sofrer por um tempo, mas não por todo tempo. “O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã”. Depois de cada luta, vem a vitória. Depois de cada vitória, luta de novo, mas sempre seguida por mais uma vitória.

E se Deus permite em alguns casos, como o do profeta Jeremias, que alguém sofra ininterruptamente até o final da sua vida na Terra, lembremos que uma coroa de justiça gloriosa nos espera no Céu, um sublime galardão, além da já perfeita eternidade com Deus. E quem padece mais por Cristo, mais receberá em Glória.

Seja agora ou no porvir, os que andam com Ele sempre sagram-se vencedores.

 

O que importa essencialmente não é quanto você tem na sua conta no banco, se é uma pessoa bem aquinhoada, se tem pessoas influentes para te ajudar e se o lobby em seu favor é forte ou não, mas, sim, se Deus está com você.

Abraão Lincoln, presidente dos Estados Unidos no século 19, sabia disso, por isso afirmou certa vez: “O que importa não é se eu estou com Deus, mas se Deus está comigo”. Com isso, ele quis dizer que estar com Deus é fácil. Concordar com Ele é fácil. Afirmar que Ele está certo no que diz e faz não é difícil. A questão mesmo é se Deus concorda conosco, nos acompanha, se chancela o que fazemos, se permeia a nossa vida, se guia os nossos passos. O que importa mesmo é Emanuel, “Deus conosco”. E para Ele estar conosco é preciso mais do que o nosso convencimento; é preciso conversão e entrega diária da nossa vida a Ele.

Se um dia aceitamos a Jesus sinceramente, Ele nos acompanhará durante toda nossa vida e pela eternidade, mesmo nos trechos mais escuros da estrada. Ele prometeu: “Eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”, Mt 28.20.

 

 

Fonte: CPAD

 

Orando.comvocê